Emoções também constroem um líder
Liderança. Um elemento fundamental em qualquer equipe, mas que também sofre um esvaziamento de seu significado. No ritmo acelerado de quem se comunica por jargões, a capacidade de liderar hoje figura ao lado de termos como proatividade e sinergia – cálices sagrados do meio corporativo, evocados apenas para inflar e enfeitar um discurso. E é aí que reside o primeiro grande erro, em especial quando nos atemos à liderança: por mais que o resultado venha de um trabalho conjunto, o primeiro passo é um olhar para dentro. Não existe vocação decorativa em líderes.
Mas afinal, o que é um líder?
Resumindo a uma fórmula, parece simples: um líder eficaz se mede pelos resultados que entrega, ao equilibrar habilidades técnicas, cognitivas e, por fim, emocionais. Por si só, a natureza humana é forte o bastante para interferir nos dois primeiros termos dessa nossa equação; quando damos ao emocional a devida importância, então, fica mais do que claro o peso que uma estrutura emocional sólida pode ter sobre uma liderança.
Não, não vale colocar uma pedra sobre o emocional, decretando que a lógica e a racionalidade salvarão a todos desse suposto defeito de fábrica que é ser humano. Pelo contrário: como dissemos na abertura desse texto, é preciso um olhar para dentro, autoconhecimento. Ou, como definimos, autoconsciência, aliada a autogestão, conectividade e habilidade social. Esses são os quatro pontos-chave para fundamentar o trabalho de um líder, e os quatro pilares do nosso curso.
SKE – Programa de Desenvolvimento de Lideranças
O nosso SKE deriva do programa SIBE Kompetenzentwicklung – e se o original alemão pode assustar, a tradução é tão clara quanto complexa: fala de desenvolvimento de competências. Justamente o que o curso trabalha, ao longo de quatro módulos, cada um dedicado a um dos elementos centrais que listamos.
O primeiro módulo, dedicado à autoconsciência, é dedicado à compreensão e reconhecimento das emoções, forças, fraquezas e impulsos dos participantes. Aqui, buscamos entender como organizam não apenas seus pensamentos, como também seu emocional. Um panorama de como indivíduos se compreendem enquanto líderes, as competências da liderança, e de que forma seu emocional influencia os resultados da equipe que integram. É só a partir desse material que elaboramos um Plano de Desenvolvimento Pessoal para guiar as etapas seguintes.
O próximo passo, afinal, é dedicado à autogestão: identificadas as emoções, é hora de aprender a lidar com elas e orientá-las para objetivos pessoais. É aqui também que começa a criação de um ambiente de trabalho mais seguro, livre de tensões – a deixa ideal para passarmos ao módulo três, que fala de conectividade. Que atire a primeira pedra quem nunca deixou o trabalho afetar a vida privada, e vice-versa. E não há crime nenhum nisso; a questão é dispor das ferramentas adequadas para aperfeiçoar o equilíbrio entre esses dois polos.
Emocional devidamente compreendido e direcionado, trabalho e vida pessoal equilibrados. É apenas quando alcançado esse nível de estabilidade que podemos finalmente sair de vez do “eu” para nos concentrarmos em definitivo nos outros. Um dos grandes desafios da liderança consiste em direcionar as emoções da equipe para o trabalho. Aqui, já temos metade da solução: autocontrole. A outra metade reside justamente na empatia, a capacidade de entender o outro. E no módulo final do SKE, ambos são aplicados a um conjunto de técnicas comportamentais voltadas para a gestão de relacionamentos.
Claro e, ao mesmo tempo, complexo: como relacionamentos, nada nesse processo é ciência exata. O aprendizado, contudo, segue uma lógica quase intuitiva: a partir de uma melhor compreensão de si mesmo, é possível trabalhar as próprias emoções e entender as da sua equipe, culminando em um direcionamento de esforços em prol de um objetivo comum – algo muito além de bonificações e recompensas imediatas.
Porque um líder, antes de mais nada, é tão humano quanto aqueles que o seguem.