Como estão os seus planos para o novo ano?
Chegou aquela época do ano: entre preparações, festas e presentes, há uma pergunta que sempre retorna para nos assombrar. “Então é Natal… E o que você fez?” A sensação inevitável é de que o tempo, esse monstro devorador de planos, mais uma vez fugiu por entre os nossos dedos e cá estamos nós, vivendo mais um dezembro que, num piscar de olhos, será fevereiro.
Calma. Não é bem assim – ou ao menos não precisa ser.
O Ano Novo (ou todo plano novo) começa muito antes da hora da virada. Antes de fazer a inscrição na academia ou comprar aquele pacote de viagens, você deve alinhar as suas finanças, conferir que tipo de roupa precisa levar, garantir que seus compromissos não fiquem no caminho… Entre tantas outras questões. Mas essa parte nós não precisamos explicar: você já sabe. Planejamento é parte da nossa essência – como já discutimos antes. O pulo do gato está em tomar as rédeas desse processo, tornando-o menos intuitivo e mais estratégico.
Toda jornada tem um início. Quão bem você conhece seu ponto de partida?
Toda jornada fala de um desejo, uma falta. Ninguém vai buscar aquilo que já tem; o que nos move adiante é a necessidade, e é justamente por isso que precisamos conhecer bem o nosso momento atual. Pergunte a si mesmo: o que você realmente quer? Sem reservas – esse não é o momento para isso. De um novo relacionamento a uma guinada na carreira, a raiz da questão é a mesma. O seu cenário atual não dá conta de anseios que estão se fazendo notar.
É nesse cenário também que você irá encontrar suas ferramentas iniciais para começar a agir. Seu sonho é ser fluente em uma língua estrangeira? Então é importante saber seu nível atual.
Agora a questão ser objetivo: isso é o que faz a diferença entre um sonho e uma meta!
Se o primeiro passo era entender o que falta, sem se preocupar com os detalhes, agora é a hora de colocar os pés no chão. Todos temos limitações, e por isso é fundamental saber exatamente o que somos capazes de alcançar. Avalie aquilo que você quer. Seu sonho, ao menos à primeira vista, parece factível? Mais importante: é um objetivo com o qual você é capaz de se comprometer? Para quem nunca participou de uma corrida, começar com distâncias curtas faz mais sentido do que pular etapas e se jogar de cabeça na São Silvestre.
Já temos um início e um fim. A pergunta que resta é: como chegar lá? (Sim, isso mesmo. Com um bom planejamento.)
Sim, é aqui que vamos falar em estratégia. Mesmo que ela já tenha começado no instante em que você questionou suas necessidades e desejos pela primeira vez. Estabelecidos os dois pontos certos dessa jornada – a partida e o destino –, é hora de planejar nosso caminho até lá.
E que forma melhor de desenhar um caminho que um mapa?
Ao trabalhar com empresas e instituições, usamos uma ferramenta chamada Mapa Estratégico. Mas até mesmo para lidar com os objetivos mais simples, você pode usar a mesma linha de raciocínio. Um exemplo? Vamos voltar às corridas.
Tudo bem: seu objetivo é correr a São Silvestre, no fim das contas – o que dá a você um ano inteiro para se preparar para enfrentar 15 km em terreno urbano, com ladeiras e um calor de verão. Sua preparação vai envolver diversas questões: você precisará aprender que correr na rua não é o mesmo que em uma esteira; se acostumar ao clima cada vez mais impiedoso; vencer distâncias cada vez mais longas, começando pelo seu limite atual até o total da corrida.
Nesse processo, é fácil verificar seu progresso: você pode monitorar seu tempo, as distâncias que percorre, o tipo de terreno, o clima. São fatores como esse que indicarão quão perto você está do seu objetivo. E se estamos falando de um planejamento, é importante ter metas a cada etapa. A São Silvestre e seus 15 km são um objetivo; um indicador é a quantidade de quilômetros que você vai estabelecer para correr; a meta inicial é levantar do sofá e conquistar aqueles primeiros 5 km na esteira ainda em janeiro.
A ideia, é claro, se ajusta ao cenário. O objetivo é um concurso público? Um novo relacionamento? Implementar um novo projeto no trabalho? Pense. Observe o cenário e defina o passo a passo para chegar até lá. E se você quiser um olhar um pouco mais técnico da maneira como trabalhamos com planejamentos estratégicos, temos outro material que pode interessar a você.
A boa notícia? Você não está sozinho. Mas, para isso, esse sonho não pode ser só seu.
É muito comum tentarmos carregar o peso do mundo nas costas, seja por timidez ou teimosia. Mas nunca estamos sozinhos: não apenas precisamos de apoio, como também temos que lembrar que nossas ações, de maneira geral, vão impactar outras vidas, em maior ou menor grau.
Parte da avaliação necessária para a sua jornada envolve também olhar para os outros. Conhecer quem está ao seu redor e invariavelmente faz parte desse processo. Do instrutor da academia e do fisioterapeuta ajudando corredores à família e colegas de trabalho que vão se organizar para acomodar suas férias tão sonhadas. Mesmo que essa história seja sobre você, lembre-se: engajar pessoas faz toda a diferença. E se falamos de um projeto que envolve todo um time ou uma equipe – mesmo que seja uma equipe de dois, como um casal –, a importância desse envolvimento é ainda maior.
E como saber se realmente conquistamos tudo que queríamos? Hora de reavaliar o caminho até aqui!
Lembra do que falamos sobre indicadores e metas? Pois é. Eles nos ajudam a manter o plano sob controle, a cada etapa. Quanto mais longo e mais complexo for o trajeto, mais importante tê-los bem definidos, para que você possa avaliar cada passo dado – e, se for o caso, pegar o primeiro retorno e recomeçar.
Mas o fundamental é entender que nenhum sonho de Ano Novo se constrói sem comprometimento. E que você tampouco precisa esperar o fim de 2019 para começar a sonhar de novo. Defina seu objetivo, trace seu plano e trabalhe nele, enquanto for necessário. Quem escreve a sua jornada é você, no seu tempo. É só uma questão de estratégia.