STEINBEIS-SIBE do Brasil | Educação para todos: o valor da cooperação entre institutos federais e comunidades carentes
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Educação para todos: o valor da cooperação entre institutos federais e comunidades carentes

Educação para todos: o valor da cooperação entre institutos federais e comunidades carentes

“Se a educação não muda a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.” A máxima de Paulo Freire é absolutamente lógica: a evolução social passa pelo indivíduo, e não há processo mais transformador que a educação. Mas se parece apontar uma solução óbvia para uma ampla gama de questões sociais, também indica um desafio e tanto a ser enfrentado. Não é novidade que, no Brasil, ensino de qualidade ainda é um privilégio reservado a poucos, pelos mais diversos motivos – desde a discrepância de poder aquisitivo até um longo histórico de falta de recursos na rede pública.

Existe, é claro, a exceção à regra. As universidades públicas e a rede federal de ensino como um todo são sinônimo de excelência e, dadas as disparidades mencionadas acima, não é surpresa encontrar as salas de faculdades públicas povoadas majoritariamente por jovens que, até a conclusão do ensino médio, recorreram a instituições particulares. O objetivo aqui, contudo, é discutir o outro lado desta moeda, que muitas vezes escapa aos debates sobre o tema: falamos dos institutos federais e suas políticas transformadoras desenvolvidas junto a quem mais precisa de apoio.

Em evento recente realizado junto ao Instituto Federal do Maranhão – IFMA, Peter Dostler, Diretor-Executivo da STEINBEIS-SIBE do Brasil, abordou a diferença fundamental entre universidades e institutos federais: “enquanto o foco das universidades é a geração de conhecimento, os institutos, além de gerar conhecimento, precisam intervir na realidade”, declarou. “Para isso, é necessário conhecer o setor produtivo e os problemas sociais. Só a partir disso será possível formar pessoas para se fixar na região e atuar como catalisadoras do desenvolvimento regional”.

Essa capacidade de transformar reside na atuação direta dos institutos federais junto a comunidades carentes, indígenas e quilombolas nas cercanias de seus campi no interior dos estados. O trabalho desenvolvido com essas populações busca tratar sua vulnerabilidade histórica, em um processo de via dupla: o empoderamento desses indivíduos e de suas comunidades impacta diretamente no desenvolvimento da região, com todo o potencial agregado pela diversidade. Para tanto, é preciso entender esses grupos, suas necessidades, carências e expectativas. E é por isso que, ao trabalhar junto aos institutos federais para desenvolver o Planejamento Estratégico que guiará suas ações nos próximos anos, essas vozes são fundamentais.

Entre os muitos projetos desenvolvidos pelos institutos, há exemplos como o do IFMA, que forma professores em terras indígenas e trabalha diretamente com o fortalecimento da autoestima das mulheres, ampliando sua potencialidade. No Acre, a aldeia Pinuya, parte da terra indígena Kaxinawá, já faz história: com o apoio do Instituto Federal do Acre – IFAC, já se firmou como uma comunidade extremamente rica em produção, referência no processo de fortalecimento da cultura tradicional indígena. Essas são apenas algumas das histórias e referências com as quais entramos em contato direto nos tantos fóruns de gestão desenvolvidos ao longo dos últimos anos com os institutos federais: encontros dedicados a ouvir todos aqueles impactados pelas ações dos campi por onde passamos. Porque a educação por si só não é o bastante para mudar a sociedade. Mas é imperativo que ela alcance a todos para que uma verdadeira transformação aconteça.